[Dica de leitura] Macabéa
- Cristina Oliveira
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- 26 de jun.
- 2 min de leitura

Macabéa
Conceição Evaristo
Sinopse
Há quase 50 anos, Clarice Lispector publicou A hora da estrela, seu último e mais emblemático romance. Nascia então Macabéa, jovem nordestina, pobre e migrante, cuja vida era marcada por dores, silêncios e apagamento. Agora, brota a Flor de Mulungu. Neste conto ilustrado, a premiada e incontornável voz da literatura brasileira contemporânea Conceição Evaristo revisita e dá novos contornos à Macabéa, em um manifesto literário que coloca a escrita como uma forma de fazer vingar a vida.
“A Flor de Mulungu não ia fenecer. Não. A posição fetal em que ela se encontrava era um indício de que uma nova vida se abria. Ela ia nascer por ela e com ela. Macabéa ia se parir. Flor de Mulungu tinha a potência da vida. Força motriz de um povo que resilientemente vai emoldurando o seu grito.”
– Conceição Evaristo
Minha opinião
Ler Macabéa, de Conceição Evaristo, é como revisitar a dor já conhecida de A Hora da Estrela, mas por um novo olhar , mais afetivo, mais próximo, mais nosso. A obra se apresenta como uma extensão delicada e potente do universo criado por Clarice Lispector, trazendo à tona, com muita empatia, a figura de uma mulher marcada pela invisibilidade, agora acolhida e recontada por outra mulher que conhece, na pele e na palavra, as dores da exclusão.
A leitura é fluida, como um sopro contínuo de emoção e respeito. Conceição Evaristo mergulha na alma de Macabéa e a reconstrói, não apenas como personagem literária, mas como símbolo de tantas outras mulheres apagadas pela história. A identificação é inevitável, especialmente para leitoras sensíveis às dores sociais e às lutas femininas. A forma como a autora toca o sofrimento de Macabéa nos emociona profundamente, sem recorrer ao drama gratuito, mas sim pela força do afeto, da escuta e do reconhecimento.
O texto carrega a beleza de uma escrita que acolhe a dor, que não tenta apagá-la, mas que a ilumina. Há algo de reparador nessa narrativa , como se Macabéa finalmente tivesse o direito de ser ouvida por inteiro, não apenas como personagem trágica, mas como alguém com história, dignidade e humanidade.
Ao reler Macabéa pelos olhos de Conceição, sentimos que a personagem não apenas sobrevive nas entrelinhas, ela resiste. E isso, por si só, é um gesto literário e político de grande valor.



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