top of page

[Dica de leitura] As pequenas alegrias

As pequenas alegrias

Virginie Grimaldi

Sinopse

Virginie Grimaldi, a autora mais lida da França, está de volta com seu novo romance sobre momentos inesquecíveis que mudam nossa vida para sempre. Como nasce uma mãe? E o que sobra para ela depois que os filhos saem de casa? A maternidade tem muitas facetas a serem exploradas, aspectos que afloram nossas melhores (e piores) emoções. Com a proximidade do seu aniversário de 50 anos, Élise precisa aprender a lidar com a solidão. Sua filha mais velha vive em Londres, e o caçula acaba de se mudar para Paris. Como se não bastasse, sua única companhia para enfrentar o ninho vazio é um cachorro desajeitado e um tanto depressivo. Agora, ela deverá encontrar um novo sentido para sua vida e reaprender a não viver em função dos filhos. Em situação oposta está Lili, que ainda não estava pronta para dar à luz uma menininha. Sua filha chegou antes da hora, trazendo consigo todas as angústias e temores que só uma mãe é capaz de sentir: Ela vai resistir? Como existirei sem minha filha? Ela viverá bem? Algum dia nossas vidas voltarão ao normal? Lili ainda busca entender como um ser tão minúsculo pode ocupar tamanho espaço na vida de alguém. Duas histórias, duas versões diferentes da maternidade: a mulher que precisa aprender a ser mãe e a mãe que precisa reaprender a ser mulher. As pequenas alegrias é um romance sensível sobre as ondas de emoções que inundam nossa vida, sobre os pequenos grandes momentos em que tudo ao nosso redor se transforma, sobre os encontros indeléveis que mudam nosso destino para sempre.


Minha opinião

As Pequenas Alegrias é uma leitura que toca fundo. Com capítulos curtos e alternados, a autora constrói duas histórias paralelas que, aos poucos, vão se entrelaçando de maneira delicada e profundamente emocional.


De um lado, temos uma mulher de 50 anos enfrentando a síndrome do ninho vazio, quando os filhos crescem e saem de casa. Do outro, uma jovem mãe vivendo dias sombrios e silenciosos ao lado da filha prematura na UTI neonatal. Duas fases da vida tão diferentes, mas igualmente marcadas por medo, fragilidade, amor e transformação.


A narrativa é encantadora justamente porque consegue capturar com muita sensibilidade as emoções mais humanas e cotidianas: a tristeza, a alegria, o medo, a raiva, a ternura… tudo aparece aqui, e às vezes tudo junto, embolado, como na vida real. E há também espaço para o humor, aquele bom humor sutil, que surge mesmo nas situações difíceis e ajuda a seguir em frente.


Grimaldi escreve com uma leveza que emociona sem ser piegas. A alternância entre as histórias nos convida a refletir sobre o tempo, as fases da vida, como cada uma carrega seus próprios desafios e suas pequenas alegrias. A leitura nos faz sentir na pele as dores e as belezas de ser mãe, de crescer, de deixar ir e de recomeçar.


O final é encantador, surpreendendo ao fechar o ciclo de forma poética e tocante. É um daqueles desfechos que fazem a gente suspirar e sentir o coração aquecido.


E como se tudo isso já não bastasse, o impacto final vem nos agradecimentos da autora, quando descobrimos que a história vivida na UTI neonatal é inspirada em sua própria experiência com o filho. Saber que tanto sentimento nasceu da vivência real de dor e esperança transforma o livro em algo ainda mais poderoso e íntimo.


É um livro que conquista tanto quem já é mãe quanto quem ainda não é porque fala sobre o que há de mais universal: as memórias que nos constroem e as emoções que nos atravessam em todas as fases da vida.

“Depois de vividas, as pequenas alegrias não desaparecem. Em algum lugar, bem no fundo, elas duram para sempre. São chamadas recordações.”

As Pequenas Alegrias é, sem dúvida, uma dessas.


Comments


bottom of page