[ Dica de leitura] Sono Eterno das Margaridas
- Cristina Oliveira
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- 23 de abr.
- 2 min de leitura
Sono Eterno das Margaridas
Julia Heaberlin
Editora: DarkSide® Books

Sinopse: Aos 16 anos, Tessa Cartwright foi encontrada quase sem vida em um campo no Texas, com poucas lembranças de como chegou lá. A imprensa passou a se referir a ela como a única sobrevivente das Margaridas. O apelido se refere às black-eyed susans, um certo tipo de margarida que abre suas pétalas à noite, a mesma flor que cobria as covas de todas as vítimas do serial killer que tentou matar Tessa. O depoimento dela foi essencial para sentenciar um homem à pena de morte, e o caso foi encerrado. Menos para ela, é claro.
Vinte anos após o ataque, Tessa continua vivendo num mundo de medos e lembranças nebulosas. Quando margaridas começam a brotar sob a janela, ela percebe que o verdadeiro assassino ainda está à solta — e que um homem inocente permanece no corredor da morte por sua causa.
Minha opinião
É uma narrativa que caminha em passos lentos, quase estagnados, por boa parte da leitura. Os capítulos curtos – que se alternam entre passado e presente– criam uma estrutura promissora, mas a execução acaba sendo arrastada e, por muitas vezes, cansativa.
A protagonista, Tessa, é um dos pontos centrais da trama. Marcada por traumas do passado, ela foi a única sobrevivente de um assassino em série. Tessa carrega em si as dores e cicatrizes de um crime brutal e, mesmo anos depois, ainda tenta reconstruir sua vida, buscar respostas e justiça. Sua personalidade introspectiva, sensível e às vezes cínica confere verossimilhança à personagem, fazendo com que o leitor se conecte com sua dor, mas também com sua persistência.
Os personagens secundários surgem como peças fundamentais no quebra-cabeça: desde os investigadores até antigos conhecidos, todos possuem camadas de ambiguidade que alimentam a tensão. Há momentos em que desconfiamos de todos — inclusive de Tessa!!!
Apesar do ritmo lento, a narrativa ganha força no último terço, onde tudo parece acelerar de forma quase abrupta. A reviravolta final é inesperada — não tanto pelo quem, mas pelo como. O modo como o desfecho é construído surpreende e traz uma carga emocional intensa, que de certa forma compensa a lentidão anterior. Ainda assim, o final pode soar apressado para quem esperava uma construção mais gradual.
A edição de capa belíssima talvez crie uma expectativa maior do que o conteúdo entrega nos dois primeiros atos. No entanto, Sono Eterno das Margaridas recompensa o leitor persistente com um desfecho que levanta reflexões sobre trauma, memória, justiça, sistema penitenciário americano, pena de morte e superação.
Um suspense para quem tem paciência com a lentidão narrativa, mas gosta de finais que viram a chave.
"E se um dia, você abrisse a porta da sua casa e encontrasse o monstro que assombra o seu passado? Você esperaria certamente o pior."



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