[Dica de leitura] O que resta de nós
- Cristina Oliveira
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- 20 de mai.
- 2 min de leitura
O que resta de nós
Virginie Grimaldi
Editora: Gutenberg

Sinopse:
Jeanne perdeu o grande amor de sua vida. Aos 74 anos, precisa encarar uma viuvez dolorida. De repente, viu-se sozinha no apartamento com quem compartilhou décadas de um casamento feliz, só ela e Pierre. Em suas visitas diárias ao túmulo do marido, ela compartilha sua solidão e seus medos, inclusive o de não conseguir pagar todas as contas sem o salário dele. Para resolver o problema, ela toma uma decisão impulsiva: alugar um dos quartos do apartamento.
Mal sai pelo bairro distribuindo folhetos de divulgação e já consegue dois candidatos: Théo, aprendiz de confeiteiro da padaria ali perto, e Iris, uma jovem cuidadora de idosos e doentes. Théo está ansioso por ter um lugar decente para morar. O carro dentro do qual vivia foi rebocado com todos os seus pertences, e o custo de recuperá-lo é mais alto do que ele pode bancar. Alugar um quarto próximo ao trabalho é a opção perfeita. Iris também está desesperada. Sem aviso prévio, o locatário do apartamento em que morava pediu o imóvel de volta, e ela tem poucos dias para achar um novo teto. Pior: precisa ser o mais discreta possível, para que uma pessoa do seu passado não a encontre. Jeanne segue sua intuição, desocupa o terceiro quarto do apartamento e recebe Théo e Iris para morarem com ela.
A princípio indiferentes uns aos outros, a convivência vai despertando sentimentos inesperados, e assim a solidão dos três pouco a pouco transforma completamente a vida de cada um.
Minha opinião:
Com capítulos curtos que alternam entre os três protagonistas, O que resta de nós é uma leitura tocante, que nos convida a mergulhar nas dores, fragilidades e renascimentos humanos. Virginie Grimaldi tratou temas delicados com ternura e profundidade – e isso transparece em cada página.
A narrativa fala sobre perdas: o luto, a solidão da viuvez, o peso do alcoolismo, os traumas da infância vivida em orfanato, os relacionamentos abusivos e a violência contra a mulher. Mas, acima de tudo, este é um livro sobre encontros – e como eles, mesmo inesperados, têm o poder de transformar realidades e reconstruir afetos.
A escrita é fluida, amorosa, e apesar da densidade dos temas, há uma delicadeza que emociona sem tornar a leitura pesada. É um livro que cala fundo no coração, seja pela dor compartilhada entre os personagens ou pela esperança que se insinua nos pequenos gestos de cuidado e conexão.
Emocionante e impactante, O que resta de nós é um lembrete poderoso de que, mesmo nos escombros das perdas, ainda é possível encontrar sentido – e amor. Indico muito a leitura!



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