[Dica de leitura] Pedra Papel Tesoura
- Cristina Oliveira
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- 18 de ago.
- 2 min de leitura
Pedra Papel Tesoura, de Alice Feeney

Sinopse
Dez anos de casamento. Dez anos de segredos. E um aniversário que eles nunca esquecerão.
Há muito tempo as coisas andam erradas entre o sr. e a sra. Wright. O marido e roteirista Adam Wright é confessadamente um workaholic, e não consegue dar quase nenhuma atenção a tudo e a todos ao seu redor. Adam e Amelia estão casados há uma década, mas a paixão que um dia os uniu deu lugar a uma relação repleta de ressentimentos e brigas constantes. Determinados a dar uma última chance ao casamento, eles decidem passar um fim de semana romântico em um lugar nada comum. No entanto, o que seria um retiro de reencontro se transforma em uma tempestade de neve onde perdemos a visibilidade diante de um jogo de ressentimentos, segredos e obsessão. Prepare-se para uma leitura eletrizante, onde nada é o que parece ser.
Minha opinião
Alice Feeney prende o leitor em um suspense psicológico de tirar o fôlego. Desde as primeiras páginas, temos uma atmosfera instigante, cheia de mistérios e detalhes que se revelam em pequenas doses. A leitura é envolvente do início ao fim, mas o grande impacto vem no desfecho: um final surpreendente, daqueles que “alugam um triplex na cabeça”, fazendo o leitor repensar toda a narrativa anterior. Ainda assim, algumas finalizações soam fora da realidade, o que pode causar certo estranhamento diante de tanta reviravolta.
A estrutura é um de seus pontos mais fortes: capítulos curtos, dinâmicos, que intercalam a visão de Amélia e Adam, além de alternar passado e presente. Essa fragmentação mantém a tensão constante e convida o leitor a montar as peças de um quebra-cabeça psicológico.
Adam sofre de prosopagnosia (cegueira facial), um detalhe que adiciona camadas de suspense e desconfiança: afinal, como confiar em percepções quando não se reconhecem os rostos, nem mesmo o da esposa?
O cenário também contribui para a atmosfera sufocante da trama. A viagem do casal a uma capela decadente funciona como metáfora para o isolamento emocional entre eles. A cada barulho estranho, objeto fora do lugar e situação misteriosa, a sensação de que algo está errado cresce, até que o plano de ir embora se torna impossível , e o leitor percebe que nada é o que parece. Quem está mentindo?
As inúmeras teorias que surgem durante a leitura são constantemente frustradas.
Um aspecto curioso é que praticamente todos os personagens apresentam alguma perturbação psicológica, o que reforça o clima denso e inquietante do romance. A exceção é Bob, o cachorro, que surge como a única figura genuinamente boa.
Em suma, Pedra Papel Tesoura é um suspense psicológico eletrizante, que desafia o leitor a questionar suas próprias deduções e mergulhar em uma rede de segredos, mentiras e manipulações. Apesar de alguns exageros no final, a obra cumpre sua função principal: prender, surpreender e provocar reflexões. É uma leitura altamente recomendada para quem aprecia histórias intensas e repletas de reviravoltas.
"às vezes, uma mentira é a verdade mais gentil que você pode dizer a uma pessoa, inclusive a si mesmo" p.273



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